Represa estava com 70% da capacidade no dia 6 de janeiro e perdeu muita água por causa do rompimento
DA REDAÇÃO - com informações da Assessoria da CIS - Companhia Ituana de Saneamento
FOTOS: Divulgação CIS
Publicada em 9 de janeiro de 2022 - 18h50
Na madrugada deste domingo, 9 de janeiro, a Represa do Braiaiá, responsável por 25% do abastecimento de água de Itu, sofreu um rompimento no talude localizado em uma das laterais da barragem de concreto, responsável pela contenção da água da represa. Segundo informações da Companhia Ituana de Saneamento (CIS), a causa foi uma infiltração no talude que provocou o rompimento e, em consequência disso, um considerável volume de água se perdeu. No dia 7 de janeiro, em comunicado oficial, a CIS afirmou que, com as chuvas dos últimos dias, a represa estava com o correspondente a 70% de sua capacidade, ou seja, era a que apresentava maior volume de água armazenada, de todas represas do sistema de abastecimento da cidade. O Braiaiá é um dos seis mananciais que levam água até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rancho Grande - que ainda conta com o respaldo do Sistema Mombaça. Ainda pela manhã, diretor responsável pela Defesa Civil, Paulo Guerreiro, que informou que, apesar do acidente, ninguém ficou ferido e não houve registro de alagamentos em áreas que margeiam o curso do ribeirão após a barragem.
Também logo ao amanhecer, o prefeito Guilherme Gazzola, o superintendente da CIS Reginaldo Santos, os secretários Moyses Leis (Finanças) e Márcio Milano (Subprefeito Regional da Zona Leste) estiveram no local, acompanhando o trabalho dos técnicos que fizeram a avaliação dos danos causados na estrutura da barragem. À tarde CIS informou, em comunicado oficial que: "Terminamos a avaliação estrutural da Represa do Braiaiá e amanhã (10/01) iniciaremos as obras de estaqueamento para desvio e represamento da água. Desta forma, será possível operar a captação com até 40 litros de água por segundo. O trabalho de recomposição da barragem também será iniciado nesta segunda-feira e deve durar 90 dias. O desassoreamento do manancial também é previsto".
A companhia também informou que "a Represa do Braiaiá - e todas as captações de água bruta em Itu - recebe manutenções preventivas e sua estrutura não estava visivelmente comprometida. Técnicos da CIS farão um laudo com as causas do rompimento. Em breve divulgaremos mais informações".
Finalizando, a CIS afirmou que o rompimento da Represa do Braiaiá não impactou o cronograma de abastecimento de água e que nesta semana, técnicos da CIS e da administração municipal discutirão atualizações no atual sistema de rodízio, que por enquanto, vai continuar no sistema 24/48 horas.
As fases da Represa do Braiaiá em fotos
Dia 20 de maio de 2020: com 100% da capacidade
Dia 6 de julho de 2021: com apenas 5% da capacidade
Dia 17 de novembro de 2021: com 25% da capacidade
Dia 6 de janeiro de 2022: com 70% da capacidade
Dia 9 de janeiro de 2022, após o rompimento, pouca água, a capacidade atual não foi informada pela CIS
Dois rompimentos de represas
em menos de dois anos em Itu
O rompimento da Represa do Braiaiá, ocorrido neste domingo, não foi o primeiro acidente provocado por causas naturais no sistema de abastecimento de água em Itu. No dia 9 de fevereiro de 2020, menos de dois anos atrás, a Barragem de São Miguel (foto acima), na época responsável por 90% do abastecimento de água dos bairros da região do Pirapitingui, sofreu um severo rompimento. Naquele dia, uma chuva forte, que durou cerca de 10 horas, destruiu a casa de máquinas, barragem portaria, muro da entrada e ainda levou a estrada que fazia a ligação com o Condomínio Quinta das Laranjeiras.
Imediatamente após o término da tempestade, equipes da CIS, da Prefeitura de Itu e CPFL, iniciaram os trabalhos de reparação dos danos e, após 18 horas de serviços, sem interrupção, foi reestabelecido o bombeamento do que restou da água da represa para a estação de tratamento do Hospital Dr Francisco Ribeiro Arantes e meses depois, as instalações foram totalmente reconstruídas.
Além disso, para ampliar o abastecimento para a população daquela área do município, Prefeitura de Itu e CIS optaram por acelerar a construção de uma obra que há anos só existia no papel. Um trabalho complexo, que demandaria vultuosos recursos e operações difíceis, como a passagem de tubulação pela Rodovia Castello Branco: o Sistema Pirajibu, uma captação permanente de água, que, diferentemente das represas, não seca. No dia 3 de março, no mesmo tempo que vinha sendo recuperada a barragem de São Miguel, era feita a concretagem da base do sistema e, três meses depois, no dia 1.º de julho de 2020, a obra foi inaugurada, garantindo o abastecimento de água para 40 mil pessoas que residem na região do Pirapitingui.
Concretagem da base do Sistema Pirajibu (foto de 3 de março de 2020)
Sistema Pirajibu concluído: investimento de mais de R$ 2,3 milhões, produzindo 117 litros de água por segundo (foto de julho de 2020)
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