Mariana D"Andrea dedicou a conquista no Parapan ao pai, Carmine, falecido em agosto
DA REDAÇÃO - com informações do Ministério do Esporte e do CPB
FOTOS: Marcello Zambrana / Comitê Paralímpico Brasileiro
Publicada em 21 de novembro de 2023 - 17h00
A atleta ituana Mariana D'Andrea, atual campeã paralímpica e mundial, conquistou mais uma medalha de ouro e estabeleceu o novo recorde das Américas, ao levantar 141 kg em sua categoria (atletas com peso corporal até 79kg) e foi a primeira colocada nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago do Chile. Emocionada, a halterofilista, dedicou a vitória ao pai, Carmine D'Andrea, que faleceu repentinamente no mês de agosto, quando Mariana estava disputando o Mundial no Japão. As lágrimas que escorreram do rosto de Mariana D'Andrea no pódio dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, não foram apenas pela vitória, mas também pela dor da perda e, acima de tudo, pelo desejo de honrar o legado de seu pai, seu grande companheiro em vida. O choro de Mariana foi para lavar a alma. Esta não era apenas sua primeira competição após a trágica perda de seu pai, mas uma oportunidade de homenagear aquele que sempre acreditou nela. "Foi uma emoção muito intensa, porque quando estive no pódio para receber a medalha de ouro, sei que, naquele momento, ele estava lá assistindo", revelou.
Aos 25 anos, Mariana é um fenômeno mundial no esporte. Atual líder do ranking mundial, ela conta na carreira com as conquistas dos títulos da Paralimpíada de Tóquio 2020 e o primeiro ouro da história do Brasil em um Campeonato Mundial de halterofilismo. Ela também foi ouro no Parapan de Lima 2019 e agora repetiu a dose, tornando-se bi-campeã da modalidade no Parapan em Santiago. "Mariana não tem limite", disse, confiante, a bolsista nascida em Itu-SP.
Mariana nasceu com nanismo. O técnico Valdecir Lopes a viu na rua em 2015 e a convidou para praticar halterofilismo. Após a partida de seu pai, o treinador assumiu não apenas a responsabilidade técnica, mas também a de um segundo pai. "Sou muito grata ao meu treinador. Agradeço sinceramente por tudo o que ele fez e continua fazendo por mim. Desde o início, quando eu não queria treinar, ele ia me buscar, investindo tempo e esforço. Ele sempre foi como um segundo pai, incentivando mesmo quando eu estava desanimada, sempre me motivando", contou a atleta. Ela destacou também a importância do apoio do Ministério do Esporte por meio da Bolsa Atleta. "Quero agradecer ao Ministério do Esporte, que tem me apoiado ao longo da minha carreira. Seria mais difícil para o atleta conquistar uma medalha sem esse suporte do Bolsa Atleta. Atualmente, dedico a minha vida somente ao esporte. Graças ao suporte que recebo do ministério, consigo viver, me sustentar e alcançar bons resultados para o Brasil", frisou.
A prova
Em Santiago, na primeira tentativa de Mariana D'Andrea na prova da categoria até 73kg e 79 kg, a atleta ituana levantou 130kg. Na segunda tentativa, ela conseguiu avançar a marca pessoal, passando para 135 kg. O título foi sacramentado ao levantar 141 kg, colocando o seu nome na história com o recorde das Américas. A melhor marca anterior registrada no Parapan era de 140 kg.
O pódio na categoria até 73kg e 79kg foi de dobradinha verde e amarela. Além de Mariana, Caroline Fernandes conquistou para o Brasil a medalha de prata. As duas atletas recebem o apoio financeiro do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.
No Halterofilismo o pódio teve dobradinha brasileira, já que Caroline Fernandes levou a Medalha de Prata
No quadro geral de medalhas, o Brasil foi o grande campeão dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago do Chile, com 143 medalhas, sendo 64 de ouro. Confira abaixo a classificação final.
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