A Prefeitura de Itu informou que a desocupação é realizada pela Polícia Militar do Estado, com o apoio da Força Nacional e Polícia Federal, se necessário
DA REDAÇÃO - com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Itu
FOTOS: Divulgação - Prefeitura de Itu / Regina Lonardi - Ituanos
Publicada em 9 de janeiro de 2023 - 19h04
A Prefeitura de Itu, em face da prática de atos terroristas contra a Democracia e as Instituições Brasileiras, ocorridos ontem em Brasília, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por criminosos vestidos de verde e amarelo, muitos ultrajando a Bandeira Brasileira em flagrante violação da Lei Nº. 5700, de 1º de setembro de 1971, que tipifica como crime (artigo 39 da mesma Lei) ultrajar a bandeira, emblemas ou símbolos nacionais, quando expostos em lugar público passível de pena de Detenção, de 1 a 3 anos - cumpre a decisão do Inquérito Federal 4.879 que determina a imediata desocupação dos acampamentos e ocupações realizados em frente ao 2º Grupo de Artilharia de Campanha - Regimento Deodoro - 2º GAC-L, na Praça Duque de Caxias, 284, Centro. A desocupação é realizada pela Polícia Militar do Estado, com o apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário. A Prefeitura se fez presente na ação com a disponibilização da Guarda Civil Municipal e ainda com veículos da Subprefeitura Leste para a remoção de material deixado na praça pelos participantes dos atos.
Cumprindo os termos do inquérito, o município atende ainda a resolução que determina auxílio na investigação e prisão dos responsáveis pelos desprezíveis ataques terroristas, assim como de seus financiadores, instigadores e os anteriores e atuais agentes públicos coniventes e criminosos, que continuam na ilícita conduta da prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei Nº. 13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § lº, III (perseguição), 286 (incitação ao crime).
No final da tarde, o gramado da Praça Duque de Caxias já não tinha mais nenhuma barraca montada
A Prefeitura de Itu atende a solicitação para identificação de todos os proprietários de ônibus, apontados pela Polícia Federal, que transportaram terroristas para o Distrito Federal - que deverão ser identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte, inclusive apresentando contratos escritos caso existam, meios de pagamento e quaisquer outras informações pertinentes.
Desde o início da aglomeração na Praça Duque de Caxias, logo após a confirmação do legítimo resultado das urnas das eleições presidenciais, a Prefeitura de Itu, dentro de suas atribuições legais, efetuou ações de monitoramento, fiscalização de conduta, regramento do tráfego na região e verificação de denúncias por parte de munícipes que reclamaram dos transtornos causados pelos manifestantes.
A rua que corta a Praça do Quartel finalmente foi liberada para o estacionamento, principalmente dos fiéis que frequentam as missas
Transtornos e Reclamações
Durante o período de 69 dias de ocupação, de 31 de outubro de 2022 a 9 de janeiro de 2023, a praça ficou vazia por apenas um dia, exatamente no primeiro dia do ano. Na ocasião, pensou-se que o movimento teria se esvaziado, já que naquela data era o dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, no dia seguinte, começou uma nova fase de ocupação, bem diferente da que ocorreu nos dois últimos meses do ano passado. No lugar de pessoas conhecidas e consideradas da comunidade ituana, passaram a ser vistos no local lideranças desconhecidas e que não eram de Itu. Um deles, pedia doações em dinheiro e se identificava como enviado do "General Heleno" e fazia convocação de pessoas pelo WhatsApp. Esse fato afastou muitas pessoas conservadoras, esclarecidas e de famílias tradicionais da cidade, que não mais foram vistos no local, durante toda essa segunda fase de ocupação.
Com relação aos vizinhos do entorno, as reclamações foram constantes, tanto na primeira quanto na segunda fase do acampamento. Queixas sobre barulho excessivo e preocupação com a segurança por movimentação de muitos estranhos e desconhecidos que nem moravam na cidade, e denúncias de pessoas armadas no local. Nas duas fases da ocupação foram registrados casos envolvendo armas de fogo, na última, uma mulher, diante de uma confusão, apontou uma arma para os manifestantes. O caso foi parar na polícia. Mais tarde, o marido da mulher, que também estava no local do dia da confusão, voltou ao acampamento, pediu desculpas e se declarou bolsonarista, como a maioria dos manifestantes que alí frequentavam.
Também fiéis católicos, frequentadores das missas da Igreja São Luiz Gonzaga, localizada no Quartel, reclamavam muito por não terem lugar para estacionar seus veículos aos domingos. E muitos deixaram de comparecer às celebrações por terem que estacionar mais longe, e em ruas escuras à noite, quando terminava a missa.
Um vizinho ouvido pelo Ituanos na manhã desta segunda-feira, dia 9 de janeiro, declarou que "hoje cedo os manifestantes estavam todos quietos, talvez receosos com a barbárie cometida pelos terroristas em Brasília, no dia anterior". O morador, que pediu para não ter o nome revelado por dizer que "há quase 70 dias se sente amedrontado", se revelou aliviado com a notícia da desmontagem do acampamento e espera que o local não seja mais usado por manifestações políticas, já que o entorno de todos os quartéis, no Brasil, são consideradas Áreas de Segurança Nacional.
Mulher, que soube-se depois que era Bolsonarista, aponta arma para manifestantes na frente do Quartel de Itu durante uma discussão. A polícia agiu rápido e tomou providências
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