Após 62 dias, a Praça Duque de Caxias, amanheceu completamente vazia
DA REDAÇÃO - com informações exclusivas para o Ituanos
FOTOS: Daniel Lucas Pedroso / Ituanos - Juliano Christofoletti Fotografia
Publicada em 1º de janeiro de 2023 - 16h10
Depois de 62 dias, a Praça Duque de Caxias, localizada em frente ao Regimento Deodoro - Quartel de Itu/SP, amanheceu vazia e limpa neste domingo, 1º de janeiro de 2023, primeiro dia do ano. Um cenário muito diferente do que foi visto nos últimos dois meses, quando, no dia 31 de outubro de 2022, centenas e até milhares de pessoas ocuparam o local para uma manifestação pacífica, embora considerada ilegal por pedir intervenção militar no sistema de governo por não concordarem com o resultado da eleição presidencial, que elegeu Luiz Ignácio Lula da Silva no último dia 31 de outubro. Segundo informações obtidas pelo Ituanos, o desmonte da concentração foi decidido de forma espontânea pelos participantes na noite da passagem do ano. Eles deixaram claro que não houve nenhuma ordem vinda de autoridade civil ou militar para saírem do lugar.
Uma participante da ocupação, que não se considera manifestante e sim "patriota", falou com exclusividade ao Ituanos como aconteceu a desocupação da praça. O gerador, banheiro químico e muitas barracas foram desmontadas no sábado, dia 31 de dezembro de 2022. Por volta das 21 horas restava apenas uma barraca para servir chá e café para as pessoas que continuavam no local. Essa barraca foi desmontada na manhã deste domingo, dia 1 de janeiro de 2023. "Ficou uma barraca para dar apoio, fornecendo café ou chá para a passagem do ano. Mais de 90% das barracas foram desmontadas durante o dia", explicou.
Ainda segundo a fonte, que terá a identidade preservada, "Agora é briga de gente grande. Fizemos a nossa parte. Desde ontem encerramos. Foi extremamente importante que o povo de Itu e região compareceram. Agora é briga de gente grande, as forças armadas e os generais", concluiu a senhora, que foi uma das últimas a deixar o local, por volta das 21 horas do sábado.
Rua lateral da praça do quartel, antes ocupada por barracas e carros dos manifestantes
Vizinhança e fiscalização
A concentração de 62 dias provocou reclamações de alguns vizinhos. Alguns ficaram revoltados com o barulho de discursos e também com a repetição, durante o dia e também no início da noite, de marchas militares em volume alto. A interdição da rua em frente ao quartel, com consequências no trânsito da cidade, também foi outra que gerou grande número de reclamações. No início de novembro, questionou-se também a legalidade do ato, já que toda a área do entorno de uma instalação militar é considerada Área de Segurança Nacional, onde é proibida a concentração de pessoas.
O volume de reclamações foi grande, e no dia 11 de novembro, a Prefeitura de Itu fez uma fiscalização de posturas no local. Acompanhados da Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, os fiscais da prefeitura fizeram uma varredura no local, mas não encontram armas e nenhum objeto ilícito.
Hoje, com a retirada das barracas e o fim do barulho, vizinhos se mostravam satisfeitos "com a volta da paz na praça", afirma um morador, que não quer ser identificado.
Veja algumas imagens feitas na manifestação
Em novembro, início da manifestação, a rua em frente ao quartel foi interditada e só depois, liberada
A Praça Duque de Caxias ficou tomada por barracas durante dois meses
Imagem aérea mostra movimentação na Praça do Quartel antes da montagem das barracas