Roberto Carlos com Nahor Gomes, quase duas décadas em apresentações no Brasil e no mundo
DA REDAÇÃO - Regina Lonardi
FOTOS: Arquivo pessoal Nahor Gomes e Tucano - Acervo da Revista Campo & Cidade
Publicada em 23 de dezembro de 2022 - 23h00
Musical tradicional que marca a chegada do Natal para os brasileiros, o especial do cantor Roberto Carlos desta sexta-feira, dia 23 de dezembro, marca a presença de um músico de Itu na banda do "Rei": o trompetista Nahor Gomes Oliveira, um dos mais conceituados do país, descendente de uma conhecida e tradicional família da cidade. É bisneto do empreendedor imobiliário Alberto Gomes, que dá nome ao conhecido bairro e neto do Sr. Nahor, proprietário do antigo Cine Sabará, ponto de cultura e diversão para muitos ituanos, que teve seu auge na década de 60. Nahor, filho de famílias de Itu e Cabreúva, nasceu em São Paulo e mudou-se quando era muito pequeno para Itu. Ele se considera Ituano, com uma forte ligação com a cidade, afinal, foi aqui que iniciou, ainda muito jovem, a sua trajetória de sucesso.
Começou tocando corneta na Fanfarra da Escola Convenção de Itu, com o "seu Zezé", depois estudou música na Corporação Musical União dos Artistas, onde estreou em 77 e, segundo ele, praticamente junto com a banda, seu primeiro trabalho remunerado foi na Orquestra Sambrasil, ambas sob regência do renomado maestro Francisco Belcufiné, "Chiquito". Depois da Sambrasil foi para o Grupo Makros, da cidade de Cerquilho, onde tocava em bailes em várias cidades brasileiras.
Nahor Gomes também lembra, com muito carinho, do grupo que fundou, em Itu, com grandes amigos em 1980, a Old Way Jazz Band. E guarda até hoje uma foto de uma apresentação realizada no anfiteatro do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio. (Veja galeria de fotos abaixo).
Nahor, ao lado de Chiquito, em apresentação da Orquestra Sambrasil no coreto da Praça da Matriz, em Itu, no dia 7 de setembro de 1979
De volta a São Paulo, em 82, passou a integrar a Banda Placa Luminosa, um dos principais conjuntos de bailes da época. "Foi muito bacana, porque o Placa Luminosa abriu as portas. A gente tocava nos bailes, mas também acompanhava vários cantores famosos da música brasileira, como Erasmo Carlos e Ney Matogrosso, num show muito importante, o Destino de Aventureiro, que abriu o primeiro Rock In Rio, em 1984" afirma o músico. E de lá para cá, sua carreira se desenvolveu. Gravou com Caetano Veloso, Milton Nascimento, Rita Lee e muitos outros. Sua discografia no portal DiscoGS, especializado em obras lançadas, aponta 79 participações em discos de vinil e CDs.
À esquerda, com o trumpete nas mãos, Nahor no show de Ney Matogrosso
Roberto Carlos e Jazz Sinfônica
Nahor Gomes tocou com Roberto Carlos pela primeira vez em 1986. Foi contratado para uma temporada de 3 meses em uma turnê do cantor. A partir de 2004, passou a integrar o casting de músicos da Banda RC e continua até hoje. Além de trompete, Gomes também toca flugelhorn, um instrumento com um formato diferente, com som mais suave. Nessa função, o músico de Itu participou de quase todos os especiais de fim de ano do cantor, menos no do ano passado, quando foi substituído por Cláudio Sampaio, o “Cambé”, também ituano. Na ocasião, o Ituanos registrou a estreia de Cambé e sua participação no Especial, a quem Nahor considera um grande amigo. A falta no Especial da Globo no ano passado teve um motivo importante: Nahor também é trompetista da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo desde a fundação, em 1990, e um concerto da orquestra, após muito tempo parada pela pandemia, coincidiu nas datas de ensaios e apresentações.
Além da Banda RC e Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, Nahor Gomes integrou, até dois meses atrás, a Banda Mantiqueira, onde gravou 3 discos solos e outras participações da banda em obras de outros artistas. E também toca na Big Band do Maestro Nelson Aires.
Veja fotos de momentos da carreira de Nahor Gomes
Apresentação da Sambrasil no 7 de Setembro de 1979, da esquerda para a direita: saxofonista Vinícus Assumpção Dorin, falecido há 7 anos; clarinetista Otinílio Moraes Galvão Pacheco e Nahor, na Praça da Matriz, em Itu
Apresentação no anfiteatro do Patrocínio com a Old Way Jazz Band: Otinílio Pacheco, Vinícius Dorin, Nahor Gomes e Irineu Domingos Gregório, em 1980
Festival da Globo no início dos anos 2000: ao fundo, no trombone, Sidney Burgani; no trompete, Nahor Gomes e Cambé Sampaio; no saxofone Eduardo Petche (Lambari) e Vinícius Dorin
Nahor Gomes se apresentando em Itu, pela Banda União dos Artistas. Nessa corporação musical, ele começou a estudar música
Entre amigos músicos da Banda Mantiqueira, no Bourbon Street
Big Band Nelson Aires: Diego Garbin, Nahor Gomes, Nelson Ayres (em pé), Júlio Galante e Daniel Dalcântara
Foto da última apresentação da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, na Sala São Paulo
Foto dos bastidores da gravação do Especial de Roberto Carlos deste ano: saxofonista Ubaldo Versolato, Nahor Gomes e Manoel dos Santos, trompetistas
Roberto Carlos aplaude solo de Nahor em show
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