Por volta das 7 horas da manhã, viaturas da Operação Ceres fizeram busca e apreensão em condomínios.
Helicóptero da PRF sobrevoou e chegou a pousar na cidade
Fotos: João Vitor
DA REDAÇÃO - com informações da Assessoria de Imprensa da Receita Federal, MPSP e MPMA
FOTOS: João Vitor, Divulgação PRF e MPMA
Publicada em 7 de novembro de 2022 - 20h30
A Receita Federal, em conjunto com o Ministério Público do Estado de São Paulo através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou na manhã desta segunda-feira (7), a Operação Ceres, que visa combater o que as autoridades denominam "fraude fiscal estruturada promovida por organização criminosa" relacionada ao segmento de produção e distribuição de cervejas. A fraude fiscal estruturada, segundo explicou em entrevista coletiva o promotor Alexandre Pereira, "envolve interposição de pessoas jurídicas dentro do processo de venda de mercadorias com o fim precípuo de sonegar tributos por meio de fraude". Ainda segundo o promotor do Gaeco, "a investigação decorre de investigações administrativas realizadas pela Receita Federal e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo".
Além de Itu, a operação aconteceu em mais quatro cidades: São Paulo, Fernandópolis/SP, Frutal/MG e São Luís, capital do Estado do Maranhão, onde também foram apreendidos, em um dos endereços investigados, R$ 803 mil, 7.500 euros e 6.141 dólares em espécie. Do total de sete mandados de busca e apreensão, três foram cumpridos em Itu, em residência de investigados que não tiveram seus nomes divulgados, pelo fato do processo estar tramitando em segredo de justiça. Foi revelado apenas que foram cumpridos mandados de busca nos três alvos relacionados a um fabricante de cerveja, sendo "um responsável pelo braço financeiro das operações, outro era o contador dessas empresas e um terceiro que foi inserido como sócio em uma empresa que a gente chama de barriga, que são empresas colocadas para atrair o tributo", afirmou o promotor Alexandre.
Em São Luis, capital do Maranhão, muito dinheiro em espécie aprendido na casa de um dos alvos da Operação Ceres
Foto: Ministério Público do Estado do Maranhão
Segundo declarou o agente Vitório, da Receita Federal, "uma das empresas investigadas tem dívidas da ordem de R$ 1 bilhão em impostos federais. São fraudes que a receita já vem monitorando há um bom tempo. Esse tipo de fraude são efetuadas no sentido deixar o passivo tributário (as dívidas) numa empresa ou em um segmento que não vai ter patrimônio para pagar. Por causa disso estamos focando nas pessoas físicas e no patrimônio das pessoas que se beneficiaram com os ganhos ilícitos", concluiu o agente do fisco.
Em Itu, assim como nas demais cidades onde ocorreu a operação, não foi decretada a prisão de nenhum dos investigados. E a operação não apreendeu valores. Apenas equipamentos como computadores, notebooks, celulares e documentos. Eles serão periciados e, de acordo com as informações que podem ser encontradas, apontar outros suspeitos. Na operação foram utilizados viaturas e um helicóptero, que sobrevoou várias área da cidade.
Agente Vitório, da Receita Federal, promotor Alexandre, do Gaeco e inspetor Fernando Miranda da PRF, que coordenaram a fase da Operação Ceres em Itu, durante entrevista coletiva à imprensa.
Imagem: PRF São Paulo
Operação Ceres
O nome da operação, segundo foi informado pela Polícia Rodoviária Federal, é uma referência à Ceres, deusa da agricultura e dos grãos na mitologia greco-romana. Do seu nome derivou a palavra cerveja, que vem do grego Ceres Visia, ou seja, “aos olhos de Ceres”.
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