Museu do Ipiranga ficou 9 anos fechado para ter o espaço restaurado e readequado
DA REDAÇÃO - Regina Lonardi, com informações da Assessoria de Imprensa do Museu Paulista e Jornal da USP
FOTOS: Museu da USP, Jornal da USP e Agência Brasil
Publicada em 6 de setembro de 2022 - 23h00
A espera finalmente chegou ao fim e o Museu do Ipiranga está reaberto ao público, depois de nove anos fechado e uma ampla obra de restauro que custou R$ 211 milhões. Com o dobro da área construída, será reinaugurado com 12 exposições – 11 de longa duração e uma mostra temporária. Uma delas tem a curadoria e peças de acervo do Museu Republicano de Itu, instituição que também pertence ao Museu Paulista da USP.
Em “Mundos do Trabalho”, o público poderá conferir como foi a atuação de trabalhadores em diferentes atividades e períodos da história do Brasil.
“Serão expostas imagens de registros do trabalho no campo e na cidade, ferramentas e instrumentos utilizados em diversas ocupações, destacando o fazer artesanal desde a concepção de objetos até a realização de obras coletivas”, explica a responsável pela curadoria da exposição, Profa. Dra. Maria Aparecida de Menezes Borrego, supervisora do Museu Republicano de Itu, que teve Ana Paula Nascimento como curadora-ajunta e Rogério Ricciluca Matiello Félix como assistente.
Ela diz que a proposta da exposição é evidenciar como todo trabalho envolve criação, planejamento e técnica, empregando esforços físicos e mentais.
Das peças que fazem parte do acervo do Museu Republicano de Itu, e que vão compor a exposição “Mundos do Trabalho” no Museu do Ipiranga, ela cita como exemplo as reproduções de fotografias de imigrantes japoneses de Ryochi Katahira e as fotografias de trabalhadores na construção de estradas de rodagem dos álbuns de Washington Luís.
O próprio Museu Republicano "Convenção de Itu" foi inaugurado pelo Presidente do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Sousa, a 18 de abril de 1923 e desde então subordinou-se administrativamente ao Museu Paulista que, em 1934, tornou-se Instituto complementar da recém-criada Universidade de São Paulo e a ela se integrou em 1963.
Foto de descendentes de Ryochi Katahira, família muito conhecida em Itu. A foto foi tirada em Porto Feliz. Confira abaixo outras fotos da exposição. Clique para ampliar as imagens ou ativar a galeria
Museu do Ipiranga
Após nove anos fechado, o Museu do Ipiranga finalmente reabriu as suas portas nesta terça-feira, dia 6 de setembro, em evento para autoridades, com apresentação de drones e concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Desde 2013, o museu passou por uma restauração e uma reforma, a fim de proporcionar maior acessibilidade aos visitantes, que poderão retornar ao museu a partir de quinta-feira, dia 8. A inauguração foi planejada para acontecer como parte das celebrações do Bicentenário da Independência, comemorado em 7 de setembro, quando o museu receberá alunos de escolas públicas e os trabalhadores que, nos últimos nove anos, tornaram realidade o projeto ambicioso de modernização e restauração do edifício-monumento e de todo seu acervo.
Parte integrante da Universidade de São Paulo desde 1963, o Museu do Ipiranga foi pensado ainda no Império, mas foi construído apenas no período da República. O edifício-monumento se encontra no complexo do Parque da Independência e, junto ao Museu Republicano Convenção de Itu, constitui o Museu Paulista da USP, órgão gestor dessas duas instituições, dirigido por Rosaria Ono. O do Ipiranga é o museu mais antigo de São Paulo, conta com um acervo de mais de 450 mil peças, entre obras de arte e artigos do dia a dia, datados dos séculos 17 ao 20. A obra de recuperação foi complexa, mas admirável. Além da total recuperação dos espaços já existentes, a reforma aumentou em duas vezes o tamanho da área do museu. A maior parte deste novo espaço agregado veio do subsolo, que antes era só uma camada compacta de terra e pedra, a base do edifício, de cujo grande volume de solo retirado, o local cavado e revestido de ferro e concreto para não abalar a estrutura do prédio antigo. Uma obra de engenharia de alta tecnologia, feita lenta e gradualmente para que o edifício não desabasse. Hoje, o subsolo cavado e adaptado abriga bilheterias, galeria de compras onde serão instaladas lojas, lanchonete e cafeteria e ainda um anfiteatro. O acesso à área que já existia no museu, conhecido como "hall da escadaria" agora é acessado por escadas rolantes, discretamente implantadas no saguão onde era a antiga entrada. Apesar das grandes mudanças arquitetônicas, quem visitou o museu no passado não sentirá grande diferença. E esse foi o objetivo da obra: restaurar e modernizar, sem, no entanto, alterar a memória afetiva que as pessoas adquiriram do local com o tempo.
Nos próximos dois meses, a entrada será gratuita e mediante agendamento prévio pelo site www.museudoipiranga.org.br. Os ingressos estão controlados e esgotados no momento e o museu está funcionando com capacidade reduzida, cenário que irá mudar até o final do ano.
Confira a galeria de fotos do Museu do Ipiranga, restaurado. Clique nas fotos para ampliar as imagens ou ativar a galeria
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